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Do Nordeste Rural: Nordeste tem potencial para crescer em 30% a produção de cebola

A produção nordestina de cebola representa 18% da produção nacional, ou seja, 185 mil toneladas por ano. Segundo o pesquisador Carlos Antonio Fernandes Santos, da Embrapa Semi-Árido, a região pode crescer sua participação no mercado brasileiro e alcançar 30% nos próximos 3-4 anos.
publicado: 27/10/2004 08h05, última modificação: 01/11/2022 14h00

A produção nordestina de cebola representa 18% da produção nacional, ou seja, 185 mil toneladas por ano. Segundo o pesquisador Carlos Antonio Fernandes Santos, da Embrapa Semi-Árido, a região pode crescer sua participação no mercado brasileiro e alcançar 30% nos próximos 3-4 anos.

As pesquisas em andamento na Embrapa Semi-Árido compartilham a linha de trabalho iniciada pela Empresa Pernambucana de Pesquisa (IPA) que conseguiu promover uma grande mudança na cebolicultura: desenvolvimento de variedades adaptadas ao clima da região que hoje respondem por 85% dos materiais cultivados na região. Para o pesquisador Carlos Antonio, no entanto, o setor enfrenta muitos problemas.

Um deles é a falta de crédito nas agências oficiais de financiamento para o plantio dessa hortaliça. O desempenho econômico da cultura é resultado de investimentos dos próprios produtores. Para mudar esse quadro ações coordenadas de produtores, pesquisadores e agentes oficiais de crédito estão sendo desenvolvidas em várias frentes. Uma das inovações é desenvolver variedades híbridas locais.

Com essa mudança tecnológica já se pode obter, dos experimentos já realizados, o dobro da produtividade. Outra novidade é a "cebola cascuda bronzeada". Esta variedade, que tem a casca mais dura, tornará os produtores brasileiros aptos a competir com a Argentina tanto no mercado interno - o país gasta por ano 12 milhões de dólares importando 120 mil toneladas do produto argentino - quanto no externo, já que este tipo de cebola tem fácil acesso no mercado europeu.

Em Pernambuco, a cebola é cultivada em 10 mil hectares, no Vale do São Francisco, que emprega cerca de 60 mil pessoas - direta e indiretamente, e movimenta volumes de negócios da ordem de 65 milhões de reais.