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JORNAL DA TARDE:BAHIA VAI PLANTAR OLIVAS

publicado: 01/10/2004 09h35, última modificação: 01/11/2022 14h00

As primeiras mil mudas serão nos pólos de Juazeiro e Bom Jesus da Lapa e também de Petrolina, em Pernambuco

Moacyr Alixandrino

JUAZEIRO

Um convênio entre a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai possibilitar o plantio de mudas de oliveira nos pólos de Juazeiro e Bom Jesus da Lapa, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, com perspectivas de reduzir a importação de azeitona e azeite no País.

As primeiras mil mudas estão de quarentena, exigida pela legislação, na Embrapa, em Brasília. Segundo o diretor de engenharia da Codevasf, Clementino Coelho, o programa é resultado de um convênio firmado pela Embrapa com a empresa Vulcany Institute, de Israel. As pesquisas começaram em maio e deverão estar concluídas em três anos, para avaliação de 19 variedades da planta. “Pelo menos três espécies serão cultivadas em áreas de projetos da Codevasf, no Vale do São Francisco”, informou Clementino Coelho.

 A depender dos resultados da pesquisa, disse o especialista israelense Yuval Chen, a comercialização industrial da oliva para produção do azeite será a etapa seguinte da cadeia. Yuval, consultor do projeto da azeitona no semi-árido, vai acompanhar o início do plantio das mudas. O cultivo da oliveira em áreas irrigadas é pioneiro no Brasil e necessita de assistência técnica especializada, justificou o diretor da Codevasf.

HISTÓRICO – A oliveira foi cultivada, inicialmente, na Ásia Menor, território hoje ocupado pela Turquia. Depois, foi levada pelos fenícios para as Ilhas Gregas, sendo os gregos os responsáveis por sua introdução na bacia do Mediterrâneo, entre séculos XV e XVI. O cultivo chegou a Portugal e posteriormente à Espanha e Itália. Na América Latina, experiências bem-sucedidas ocorreram na Argentina e no Peru, onde foram testadas diferentes variedades da planta, adaptadas às condições climáticas de cada país.

O pesquisador Paulo Roberto, da Embrapa Semi-Árido, disse que os produtores internacionais de oliva estimam em cerca de 10 mil hectares por ano, o aumento da área plantada para atender à demanda mundial, levando em consideração que as áreas cultivadas estão se esgotando. Ele assegura que as perspectiva para a introdução da oliveira no Vale do São Francisco são bastante positivas.

A oliveira é uma árvore de tamanho médio – pode atingir até dez metros de altura. As folhas permanecem três anos nas árvores, as flores são pequenas e brancas e surgem um ano após a plantação. O fruto é a azeitona, que pode ser verde, preta ou em tom acastanhado. Mas, o principal produto da oliva é o azeite e, para produção de um litro, são necessários entre quatro a cinco quilos de azeitona. O valor comercial do produto é tão antigo quanto a própria árvore, popularmente conhecida como “Árvore da Vida”, símbolo da imortalidade.

Segundo estudiosos, as oito plantas que restam na base do Monte das Oliveiras, em Jerusalém, já têm pelo menos dois mil anos. A árvore tem capacidade de se auto-regenerar, transformando, todos os anos, os novos botões que nascem em folhas de madeira nova, que fica agregada à árvore antiga