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Assistência Técnica e Extensão Rural: tecnologias para a sustentabilidade ambiental, econômica e social da agricultura e dos agricultores (as)

por Fernando Néto publicado 08/03/2023 15h06, última modificação 17/08/2023 18h37

Paulo Cerqueira
Ademar Pereira

Para o desenvolvimento e modernização da agricultura do país e dos agricultores e suas famílias, fazendo com que as mesmas atinjam níveis dignos no campo e elevem a renda e a produtividade da terra e do trabalho, é consenso que se precisa do incremento de tecnologias no meio rural. Quando se pensa em geração, difusão e adoção de tecnologias para o meio rural surgem três questões: Tecnologias para que? Tecnologias para quem? Como aplicar essas tecnologias? Acredita-se que as mesmas devam ser adaptadas às condições do meio físico (solos, pluviosidade, temperatura, altitude, etc); aos tipos de atividades (sistemas agrícola e pecuário, agroindustriais e de serviços não agropecuários); que sejam economicamente e socialmente justificáveis; que resolvam limitações e desenvolvam potencialidades; que não causem danos à natureza; além de serem adaptadas às condições socioeconômicas dos agricultores (grandes, médios e pequenos).

A geração de conhecimentos necessita ser direcionada para os agricultores e deve contar com a participação dos mesmos para a sua ocorrência. Para serem mais atrativas e incorporadas aos sistemas produtivos, essas tecnologias devem ser validadas e difundidas em testes de "São Tomé" (comprovação) em campo, utilizando-se de métodos participativos e colaborativos, individuais, grupais e maçais para cada tipo de agricultor e suas cadeias produtivas específicas. (RAMOS, G. L. 2013). (RIBEIRO, J.P.1984). Verifica-se que grande parte das tecnologias disponíveis para os agricultores ainda não foram adotadas pelos mesmos, principalmente pelos pequenos e médios. Atribui-se essa ocorrência aos métodos pedagógicos utilizados, que não empregaram a participação do agricultor na avaliação de todo o processo, levando em consideração as suas reais necessidades, considerando-os como parte e sujeito da geração da tecnologia, bem como seus conhecimentos já adquiridos, sua participação e criatividade na resolução de seus problemas. Pode-se sugerir também que o motivo da não adoção seja a falta de recursos financeiros pelos agricultores e a capacitação dos recursos humanos, técnicos difusores e agricultores. (PINARE, ANGEL GABRIEL. et al. 1985).

Figura 1 - Visita de técnicos da Codevasf - DF e Emater – GO a produtor de hortaliças com kit irrigado de poço utilizando-se de energia solar - Flores de Goiás-Go – Setembro-2022.

Figura 1: Visita de técnicos da Codevasf/DF e Emater/GO a produtor de hortaliças com kit irrigado de poço utilizando-se de energia solar.Flores de Goiás/Go – Setembro-2022.
Fonte: Paulo Cerqueira, 2022.

Entende-se que Extensão Rural seja um processo cooperativo, baseado em princípios educacionais e de troca de saberes, que tem por finalidade levar, diretamente, aos adultos e jovens do meio rural, ensinamentos sobre a agricultura, pecuária, atividades agroextrativistas, florestais, artesanais, atividades não agrícolas e economia doméstica. Isso visa modificar hábitos e atitudes da família, nos aspectos técnico, econômico e social, possibilitando à mesma uma maior produtividade, elevando a sua renda e melhorando o seu nível de vida.

A extensão rural associada à assistência técnica é a ferramenta imprescindível para o desenvolvimento rural ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. A assistência técnica se caracteriza pelo fato de que esta não tem, necessariamente, um caráter educativo, pois visa somente propor resolução aos problemas específicos, pontuais. Sugere-se, preferencialmente, com a ajuda dos extensionistas, antes de aquisições de tecnologias que exijam altos investimentos com grandes riscos, que os agricultores, no processo de adoção das mesmas, possam incorporar prioritariamente, para o seu desenvolvimento e modernização, correções às distorções produtivas e gerenciais existentes nos distintos elos da cadeia produtiva dos seus sistemas produtivos. Se os extensionistas proporcionassem aos agricultores o fator informação, tecnologia e conhecimento (tecnologias ou informações que não necessariamente acrescentem custos ou investimentos, compatíveis com os recursos que eles realmente possuem e uma adequada capacitação), eles mesmos podem começar gerando dentro da sua propriedade e fora da mesma, resoluções para os seus problemas internos imediatos de tecnificação e administração. 

Referências

PINARE, A. G. V. ET. al. Método de Abordagem e Relacionamento com Pequenos Agricultores. EMBRAPA - Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido. Petrolina-PE. Documento 35.1985.35p. ISSN 0100.9729.

RAMOS, G. L; Et. Al. Manual de metodologia de extensão rural. Recife: Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA. 2013.58p.(IPA- Coleção Extensão Rural,3) ISSN 2318-7352.

RIBEIRO, J.P. Objetivos, Princípios e Conceitos de Extensão Rural. Serviço de Extensão Rural - Ministério da Agricultura. EMBRATER. Coleção Série Leituras selecionadas 8. 1984.