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Novas variedades e porta-enxertos de citros para a região semiárida

por Valeria Rosa Lopes publicado 10/12/2021 13h04, última modificação 17/08/2023 19h04

Alberto do Nascimento Silva

A citricultura representa uma das principais atividades e um dos setores que mais cresce no Brasil. A região Nordeste concentra 10% da produção nacional, constituindo-se na segunda maior produtora do país, existindo, atualmente, uma crescente expansão da citricultura nessa região. Entretanto, o sucesso da produção citrícola no semiárido depende da observância de aspectos considerados essências como a escolha de variedades e porta-enxertos que apresentem boa estabilidade e adaptabilidade e a aquisição de mudas certificadas.

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Figura 1: Cultivo de lima ácida Tahiti no projeto Formoso - Bom Jesus da Lapa/BA
Fonte: Sousa, 2021

Quanto a escolha do porta-enxerto, além dos tradicionalmente utilizados (limoeiro cravo e a tangerina cleópatra), tem-se como alternativa os citrandaris ‘Índio’ e ‘Riverside’, compatíveis com as laranjas doces, tangerinas, limas ácidas e pomeleiros; e a cultivar de tangerineira ‘Sunki Tropical”, indicado para combinações com copas de laranjeiras doces, tangerineiras e pomeleiros. Também merecem destaque o citrumeleiro ‘Swingle’; pomeleiros ‘Duncan’; o Trifoliata ‘Flying dragon’ e o citrangeiro ‘Troyer’. Todas as alternativas acima citadas têm proporcionado boa produtividade em testes realizados no semiárido, com desempenho semelhante ou até mesmo superior aos porta-enxertos tradicionais (França et al. 2014; Carvalho et al. 2019; Bastos et al. 2021).

Para escolha da cultivar copa, dentre as opções disponíveis, além das tradicionais, tem-se: para laranjeiras, a cultivar Pera CNPMF D-9; a CNPMF 112 (laranjeira ‘natal’), e a BRS ‘Sincorá’, as quais têm apresentado altas produtividades (Bastos et al. 2021). Destaca-se ainda que as duas primeiras são tolerantes ao vírus da tristeza dos citros. Para tangerinas, a cultivar ‘Nova’ e os híbridos ‘Page’ e ‘Piemonte’ têm apresentado elevado potencial para cultivo na região. Embora a escolha de cultivares copa e porta-enxerto seja feita como se fossem indivíduos distintos, o que deve ser observado é o comportamento da combinação copa e porta-enxerto com as condições locais.

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Figura 2: Estufa agrícola para produção de mudas de citros
Fonte: Agriestufa, 2021

Após a escolha do porta-enxerto e copa, outro ponto relevante a ser observado é a qualidade da muda a ser adquirida. A introdução de mudas sem atestado de origem genética e/ou mudas contaminadas por viroses pode causar sérios problemas ao citricultor, pois pomares formados com essas mudas têm o rendimento e a longevidade comprometidos. No Brasil, para garantir a origem e a qualidade do material de propagação, todo viveiro de produção de mudas deve ser inscrito junto ao Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), e seguir as normas da Instrução Normativa nº 48/2013. A aquisição de mudas certificadas provenientes de viveiros credenciados é essencial para o sucesso da implantação do pomar.

Referências

BASTOS, D.C et al. Porta-enxertos para as laranjeiras ‘Natal CNPMF 112’, ‘Pera CNPMF D-9’ e ‘BRS Sincorá’ no submédio do Vale do São Francisco. Petrolina, PE: Embrapa Semiárido, 2021, 18p. (Boletim de pesquisa e desenvolvimento, 146).

CARVALHO, H.W.L. Porta-enxertos para lima ácida ‘Tahiti’ clone ‘IAC-5’ nos estados da Bahia e Sergipe. Aracaju, SE. Embrapa, 2019, 8p. (Comunicado técnico, 223).

FRANÇA, N.O; AMORIN, P.P.P; AMORIM, M.S; GIRARDI, E.A; SOARES FILHO, W.S. Atributos físico-químicos de frutos de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre 14 porta-enxertos. In: 8ª Jornada Científica – Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2014. Cruz das Almas, BA.

Para mais informações sobre viveiros certificados, acesse:

https://sistemasweb.agricultura.gov.br/renasem  (clique em Menu e, depois em, Renasem)