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Cultivo de citros no projeto público de irrigação Formoso

por Valeria Rosa Lopes publicado 10/12/2021 13h04, última modificação 17/08/2023 19h04

Ubirajara Bessa

 A expansão do cultivo de citros, no Projeto Público de Irrigação (PPI) Formoso e nos demais PPIs do vale do Rio São Francisco, é uma alternativa promissora para diversificação rentável das opções de plantios nas áreas irrigadas, incorporando cultivos de alto valor agregado, possibilitando maior participação no mercado interno, consolidando a afirmação comercial do Brasil num mercado internacional altamente competitivo e melhorando os níveis de qualidade da produção, produtividade, renda e emprego no meio rural e nos setores urbano-industriais que se vinculem direta ou indiretamente a cadeia da citricultura.  

Dentre as frutas produzidas, as cítricas são as mais cultivadas no mundo, destacando-se a laranja, a tangerina e os limões. Os principais produtores mundiais dessas espécies cítricas são, respectivamente, o Brasil, a China e o México.

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Figura 1: Fruto de lima ácida Tahiti em desenvolvimento
Fonte: Kogler, 2021.

Embora a citricultura se encontre distribuída por todo o território nacional, com grande importância econômica e social para diversos estados, o estado de São Paulo lidera como o maior produtor de laranja e de suco da fruta do País e do mundo, seguido pelos estados de Minas Gerais; Paraná e Bahia. A produção brasileira de limão foi recorde nos últimos anos (KIST, et al 2021.).

No estado de São Paulo, esse setor tem enfrentado sérios problemas fitossanitários, com crescentes danos causados por doenças e pragas, com redução da vida útil das plantas e da produtividade.

Esse fato tem possibilitado a expansão da citricultura em outras regiões brasileira sendo uma alternativa viável para minimizar os problemas e manter o país na posição que ocupa no cenário internacional (EMBRAPA, 2015).

Apesar de um início de implantação recente, o PPI Formoso, localizado no município de Bom Jesus da Lapa na Bahia, cultivou um total de 313 hectares com citros no ano de 2020 (sendo 116 ha de laranja Pêra Rio, 118 ha de tangerina Ponkan e 78 ha de limão Tahiti). Dessa área foram colhidos 221 hectares, com uma produção total de 3.832 toneladas e produtividade média de 17,30 toneladas/hectare.

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Figura 2: Colheita de tangerina Ponkan no projeto Formoso - Bom Jesus da Lapa/BA
Fonte: Kogler, 2021.

Além disso, o Valor Bruto da Produção ficou em torno de R$ 4 milhões (Tabela 1), sendo que o custo médio variável com a cultura em 2020 foi aproximadamente R$ 11 mil por hectare, resultando em um retorno líquido para o produtor de aproximadamente R$ 7 mil por hectare.

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Para a safra de 2021, espera-se colher 30% a mais de citros, sinalizando uma perspectiva de aumento de 10 a 20% na área cultivada nos próximos dois anos.

Referências

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Embrapa). Cultivo de Citros no Semiárido Brasileiro. Petrolina: (Embrapa Semiárido. Documento 266) 2015. 30 p.

KIST, B. B. et al.  Anuário brasileiro de Horti&Fruti. Santa Cruz do Sul. Editora Gazeta Santa Cruz, 2021. 104 p. ISSN 2107-0897.