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A importância da qualidade dos frutos na pós-colheita e comercialização do mamão na região do Projeto Formoso

por Valeria Rosa Lopes publicado 18/10/2019 14h24, última modificação 18/08/2023 14h15

Atualmente, para ser um bom produtor rural, não basta bater recordes de produtividade, é preciso produzir com qualidade. O mercado está cada vez mais exigente e, não apenas a aparência dos produtos é importante, mas a vida de prateleira é essencial, principalmente, quando pretende-se alcançar o mercado externo.

Com essa visão, um grupo de empresários, em parceria com produtores do Projeto Formoso e região, está tendo sucesso na comercialização do mamão produzido em Bom Jesus da Lapa, levando o fruto para vários estados dentro do Brasil e também para o mercado externo, para países como: Espanha, Alemanha, Inglaterra e Portugal.

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Figura 1: Padrão de frutos para o mercado interno – Classificação I

A quantidade de mamão exportada ainda é pequena — média de 730 toneladas nos últimos três meses, para um total médio de 81.900 toneladas produzidas no mesmo período — mas a qualidade da matéria prima (Figuras 1 e 2) é um dos fatores que tem contribuído para o sucesso do grupo.

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Figura 2: Frutos de mamão no padrão exportação

A empresa pensa e age para agregar valor ao fruto desde o campo até a mesa do consumidor e, para isso, os frutos são selecionados ainda no campo e não podem apresentar defeitos.

O grau de maturação do mamão, que varia do M0 ao M5, também deve estar dentro do ideal, sendo que a colheita não deve ser realizada no estádio M0 (frutos verdes). A comercialização deve ser realizada entre o estágio de M1 ao M3 para garantir que o consumidor não perderá o seu fruto após a compra, garantindo também que o sabor e textura sejam as ideais (FIGURA 3), embora, alguns clientes europeus exijam frutas com nível de maturação mais avançada, próximo ao estádio M4.

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Figura 3: Estádios de maturação do mamão Havaí. Fonte: Brapex, 2010

Após a colheita o mamão vai para o packing house onde se inicia processo de beneficiamento, cujo primeiro passo é a lavagem dos frutos com produtos específicos contra patógenos, seguido da secagem e aplicação de cera. A secagem é importante para que haja melhor aderência da cera quando da sua aplicação. Findados estes estágios, inicia-se o processo de embalagem e acondicionando da matéria prima nas câmaras frias, com o objetivo de reduzir o processo de maturação dos frutos e prepara-los para a comercialização. Quando necessário também é realizada a aplicação de maturadores até que o fruto chegue no estádio de maturação desejado.

Outro fator de extrema importância é que para se obter esse padrão de qualidade é preciso ter funcionários treinados e motivados. Por este motivo, embora grande parte do processo seja automatizado (Figura 4), os funcionários envolvidos no processo recebem treinamentos e também são gratificados quando tem um bom desempenho em suas atividades.

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Figura 4: Beneficiamento automatizado