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Piscicultura artesanal apoiada pela Codevasf garante renda a famílias do Norte baiano

Na zona rural do Norte da Bahia, semiárido do estado, cerca de 600 pessoas adotaram uma atividade que transformou suas vidas: a piscicultura em tanques-rede, investimento de cerca de R$ 1,25 milhão da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na microrregião do lago artificial da barragem de Sobradinho que promoveu a inclusão produtiva de famílias dos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé e Curaçá.
publicado: 04/11/2016 16h39, última modificação: 01/11/2022 14h36

Investimento de R$ 1,25 milhão em tanques-rede, capacitação e unidades de beneficiamento transformou vidas de 600 pessoas no semiárido

Na zona rural do Norte da Bahia, semiárido do estado, cerca de 600 pessoas adotaram uma atividade que transformou suas vidas: a piscicultura em tanques-rede, investimento de cerca de R$ 1,25 milhão da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na microrregião do lago artificial da barragem de Sobradinho que promoveu a inclusão produtiva de famílias dos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé e Curaçá.

“Tenho tirado quatro toneladas mensais de tilápia dos meus tanques-rede, mas algumas famílias até conseguem tirar mais”, conta a produtora Edivânia Limoeiro, que há dez anos deixou um emprego de carteira assinada onde ganhava um salário mínimo e, com o apoio da Codevasf, decidiu se dedicar exclusivamente à piscicultura.

“A gente compra o peixe juvenil, com cerca de 30 gramas, e cria em cativeiro até chegar a 1 kg ou pouco mais”, conta a produtora. “Os compradores vêm até aqui adquirir o pescado e levam para beneficiamento em Sobradinho. Meu marido também compra, e depois vende numa banca que ele tem na feira – não é porque é marido que vai levar o peixe de graça, né?”, brinca Edvânia que, com outras quatro famílias, criou a associação dos pequenos criadores de peixes de Sobradinho (Acripeixess).

O filho de 21 anos é parceiro na produção de tilápia; a filha de 23 não quis seguir na atividade mas contou com ajuda dos pais para trabalhar no que gosta: foi a renda da família na piscicultura que permitiu a instalação de um salão de cabeleireiro hoje comandado pela moça.

Hoje, a região tem 11 associações e 14 produtores familiares individuais exercendo a atividade. Além da instalação dos tanques-rede, a Codevasf fomentou a piscicultura promovendo capacitação dos pescadores artesanais e dos pequenos produtores dentro de padrões ambientalmente sustentáveis, de modo a preservar o ecossistema do Vale do São Francisco.Peixes

“Além disso, a atividade propicia segurança alimentar com nutrição adequada ao aumentar a oferta de proteína animal de alta qualidade, e reduz o esforço de pesca artesanal, o que favorece a recuperação e a preservação das espécies”, explica o chefe da Unidade de Pesca e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio. Os recursos investidos na ação são oriundos do Orçamento Geral da União – destinados à Codevasf por emendas parlamentares –, de destaque orçamentário do Ministério da Integração Nacional (MI) e da Lei Orçamentária Anual.

Beneficiamento do pescado

Enquanto algumas famílias produzem o pescado, outras se dedicam a beneficiar a produção e comercializá-la com valor agregado. Uma das entidades que se destaca na produção de subprodutos de peixes no entorno do lago de Sobradinho é o Terminal Pesqueiro, onde o gerente administrativo da Unidade de Beneficiamento, Raimundo Nonato de Oliveira, calcula que a demanda varie entre 80 a 120 toneladas de peixes por mês.

Na unidade, implantada em parceria com o Governo do Estado da Bahia, trabalham 20 mulheres que se revezam em turnos no processamento do pescado. Ali é feito o tratamento primário – que é a retirada das vísceras destinadas ao matadouro local, onde há uma unidade experimental na qual essas vísceras são transformadas em óleo, vendido em seguida para uma estatal de petróleo.

Estima-se que sejam comercializadas cerca de 15 a 200 toneladas de peixe mensalmente na região e até em estados vizinhos – sendo que, desse total, cerca de 120 toneladas são processadas na Unidade de Beneficiamento de Sobradinho, e o restante é vendido in natura pelos próprios pescadores no mercado local.

Recuperação ambiental

Além de apoiar a atividade da piscicultura familiar, a 6ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Juazeiro (BA), também promove parcerias locais para a realização de peixamentos no Lago de Sobradinho, com o objetivo de repovoar e preservar a ictiofauna do rio São Francisco.

Os alevinos, geralmente com tamanhos que variam entre sete e dez centímetros de comprimento, são oriundos do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro, operado pela Codevasf na vizinha cidade de Petrolina (PE).

São colocadas no lago espécies como curimatã, piau, pacamã e, em alguns casos, surubim – esta última uma espécie em risco de extinção que está sendo reproduzida em cativeiro em centros integrados mantidos pela Codevasf nos estados de Alagoas, Minas Gerais, Sergipe, Pernambuco e extremo sul da Bahia.

Ouça o depoimento da piscicultora familiar Edivânia Limoeiro:
https://soundcloud.com/codevasf/piscicultura-artesanal-apoiada-pela-codevasf-garante-renda-a-familias-do-norte-baiano

Veja fotografias:
https://drive.google.com/drive/folders/0B90-GEWCh2uGSUE0LU9yNWt5TGs?usp=sharing