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Especialistas norte-americanos visitam empreendimentos de pesca apoiados pela Codevasf na Bahia

Como parte das ações do Convênio de Cooperação Técnica e Acadêmica firmado entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Universidade de Auburn, sediada no estado do Alabama, nos Estados Unidos, um grupo de professores especialistas da Escola de Pesca, Aquicultura e Ciências Aquáticas da universidade está visitando a região norte da Bahia, onde a Codevasf apoia empreendimentos voltados para a área de piscicultura e aquicultura.
publicado: 05/04/2016 18h46, última modificação: 01/11/2022 14h36

Como parte das ações do Convênio de Cooperação Técnica e Acadêmica firmado entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Universidade de Auburn, sediada no estado do Alabama, nos Estados Unidos, um grupo de professores especialistas da Escola de Pesca, Aquicultura e Ciências Aquáticas da universidade está visitando a região norte da Bahia, onde a Codevasf apoia empreendimentos voltados para a área de piscicultura e aquicultura.

A programação começou na manhã desta terça-feira (5) com uma visita ao Terminal Pesqueiro do município de Sobradinho (BA), considerado o mais importantes entreposto de comercialização de pescado da região.

Raimundo Nonato de Oliveira, responsável pela administração do terminal, explicou que o empreendimento, mantido pelo governo do estado, por meio da Bahia Pesca, serve a todos os piscicultores da borda do lago artificial da barragem de Sobradinho. “O terminal atende uma demanda mensal de 80 a 120 toneladas de peixes, que são trazidos até a unidade de beneficiamento instalada aqui em forma de cooperativa, onde 20 mulheres se revezam em turnos distintos, processando esse pescado”, contou.

Entre os trabalhos realizados pelo grupo de mulheres, segundo Raimundo, está o de retirada das vísceras, que são encaminhadas ao matadouro local, onde existe uma unidade experimental de beneficiamento, resultando em um óleo – comercializado com a Petrobras para ser usado em experimentos com biocombustível.

Raimundo disse que o desenvolvimento da cadeia da piscicultura, incrementado pelo terminal, é um dos pilares que tem trazido o desenvolvimento da região, assim como a agricultura familiar, e garantido a sustentabilidade para as famílias dos pescadores e pescadoras artesanais. Ele citou ainda um dos trabalhos realizados em parceria com a Codevasf, que é o peixamento sistemático do rio São francisco, em decorrência da dificuldade enfrentada na oferta de algumas espécies nativas, com o objetivo de melhorar o índice de piscosidade principalmente próximo ao lago de Sobradinho.

Fishburguer e linguiça de tilápia

fishburguerMaria Aparecida Mendes, conhecida como “Cida pescadora”, desenvolve um trabalho voltado para a economia regional, baseado em subprodutos do pescado, com o objetivo de agregar valor a matéria-prima que possui menos valor no mercado.

Ela já desenvolveu 48 produtos oriundos do pescado, entre eles o fishburguer e a linguiça de tilápia. “Já desenvolvemos 18 produtos, e trabalhamos hoje com três linhas de produtos voltados: para restaurantes e supermercados; para barzinhos e lanchonetes; e o da merenda escolar”, afirmou.

Cida é sócia-fundadora da cooperativa que atua dentro do Terminal Pesqueiro e afirma que esse trabalho mudou a vida de muitas famílias da região. Hoje ela vive do que produz.

Outro exemplo de empreendedora na região é Edivânia Limoeiro de Souza, que é uma dos cinco sócios da Associação dos Criadores de Peixes de Sobradinho (Acripeixess). Durante a visita dos especialistas norte-americanos, ela explicou o funcionamento da entidade. “Cada sócio tem seus tanques-rede, mas desenvolvemos atividades coletivas, onde todos participam e ajudam uns aos outros”, disse.

Ela lembrou a ajuda da Codevasf na construção de um galpão para estocagem de ração que, segundo o técnico da Codevasf Luciano Rocha, é uma das ações desenvolvidas pela Companhia nesses dez anos de parcerias, que elevou o número de tanques-rede de 60 para 200 unidades, e a produção alcançou 100 toneladas de tilápias por ano.

Monitoramento da Codevasf

O técnico Luciano Rocha destacou que a Codevasf continua monitorado as ações desenvolvidas pela cooperativa e pela associação. “Atualmente, eles caminham com as próprias pernas, mas, mesmo assim, continuamos dando apoio técnico-científico e organizacional, principalmente na parte de licenciamento de projetos e de identificação, tratamento e erradicação de doenças”, comentou.

Fazem parte da comitiva: John Jensen, professor e diretor da Universidade de Auburn; Dennis DeVries, professor e diretor-assistente do Programa de Pesquisas; Russel Wright, professor e especialista em extensão; William Walton; professor especialista em Malacologia e Fernando Kubitza, pesquisador especialista em Aquicultura.

O professor John Jensen achou muito interessante a situação da associação. “Todos eles vivem do que produzem, e vão melhorando o produto todo o ano, e isso é o futuro”, afirmou.

Pesca artesanal

piscicultura visitaDe Sobradinho a comitiva seguiu para o município de Remanso (BA), onde participou de uma reunião com os pescadores e pescadoras artesanais da Colônia Z-41. A entidade, que tem fins sociais e profissionais da categoria de pescador artesanal, conta com 1.800 pescadores associados. Também há a presença de um grupo de mulheres pescadoras artesanais que beneficiam o pescado, transformando em subprodutos como bolinhos e patês, entre outros produtos.

No Terminal Pesqueiro de Remanso é realizado o beneficiamento de todo o pescado, estimado em mais de uma tonelada por mês. Essa atividade de beneficiamento é realizada pela Associação de Pescadores e Pescadoras de Remanso (APPR), que possui atualmente cerca de 160 associados.

Veja fotografias ilustrativas no Flickr da Codevasf:

https://www.flickr.com/photos/codevasf/albums/72157666816493975

Ouça as notícias da Rádio Codevasf:

https://soundcloud.com/codevasf