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Codevasf apresentou subprodutos da piscicultura na Fenagri 2016

Uma feira que começou ainda na década de 80 como Festa do Melão, na cidade de Juazeiro, norte da Bahia, e que foi criada com o objetivo de divulgar os frutos do trabalho do homem no campo, principalmente na agricultura irrigada, foi transformada anos depois, devido à sua importância econômica para a região, em Feira Nacional da Agricultura Irrigada - Fenagri, com realização anual, tendo como anfitriã este ano a cidade de Petrolina (PE).
publicado: 27/05/2016 18h55, última modificação: 01/11/2022 14h36

Uma feira que começou ainda na década de 80 como Festa do Melão, na cidade de Juazeiro, norte da Bahia, e que foi criada com o objetivo de divulgar os frutos do trabalho do homem no campo, principalmente na agricultura irrigada, foi transformada anos depois, devido à sua importância econômica para a região, em Feira Nacional da Agricultura Irrigada - Fenagri, com realização anual, tendo como anfitriã este ano a cidade de Petrolina (PE).

Recentemente os produtos da agricultura familiar foram incorporados à feira, devido à importância econômica desse ramo de atividade. A Codevasf, que sempre esteve presente no evento, tem procurado levar para os estandes o trabalho do homem do campo, não só dos perímetros irrigados, mas também os que são resultado de ações promotoras de desenvolvimento, executados pela estatal em outras áreas de atuação.

Na Fenagri deste ano estiveram presentes empreendimentos apoiados pela companhia nas áreas de apicultura, produção orgânica de alimentos e também piscicultura, esta última vinda de comunidades instaladas na borda do lago artificial da barragem de Sobradinho.

Para representar os pescadores e as pescadoras daquela região, a superintendências regionais da Codevasf em Petrolina (3ª SR) e em Juazeiro (6ª SR) levaram para a Fenagri o trabalho desenvolvido por uma mulher que se destaca no setor de piscicultura.

Cida Pescadora

A alagoana Maria Aparecida Mendes, de 55 anos, que é conhecida como Cida Pescadora, é natural da cidade de Batalha, onde aprendeu com o pai a fabricar e usar a rede de pesca, chamada pelos ribeirinhos de tarrafa.

Quando era adolescente, na cidade de Santana do Ipanema (AL), o pai ficou doente, e Cida e as irmãs foram para o rio Ipanema pescar o sustento da família. Ela é a mais velha de nove irmãs e dois irmãos, e teve que aprender a usar também os remos do paquete para poder trabalhar. Alguns anos depois a família mudou-se para Sobradinho.

Com o falecimento do pai, Cida viu-se obrigada a passar noites pescando dentro do lago da barragem, junto com uma das irmãs. Inquieta, ela começou a observar que nesta profissão só havia homens, e que as mulheres, mesmo que não tivessem papel principal dentro de uma família de pescador, também faziam parte da profissão, pois eram elas que tratavam o peixe e cuidavam da casa enquanto os homens pescavam.

Sua determinação levou Cida a ser a primeira mulher a ter uma Carteira de Pescador Artesanal naquela região, e incluir um grupo de mulheres em benefícios como o seguro defeso, pago aos pescadores durante a época da piracema. Cida foi buscar em outros locais o conhecimento para agregar valor comercial ao principal produto de sustento das famílias: o peixe. Participou de cursos, palestras e treinamentos voltados para a área de piscicultura. Foi nesta época que Cida conheceu a Codevasf.

“Tem mais ou menos uns vinte anos que eu conheço a Codevasf. Fui escolhida para participar da implantação de um projeto de piscicultura no Lago de Sobradinho, junto com 25 famílias. Era um projeto de criação de peixes em tanque rede, em parceria com outras instituições", conta Cida.

Com essa experiência, Cida procurou aprofundar ainda seus conhecimentos e buscar alternativas para agregar valor ao produto. Junto à Cooperativa de Produção e Comercialização de Derivados de Peixes de Sobradinho (COOPES), entidade assistida pela Codevasf, a pescadora desenvolveu subprodutos derivados da Tilápia criada em cativeiro, e começou a divulgar seus experimentos para pescadoras de outras regiões.

Entre os produtos desenvolvidos por ela, além do filé de Tilápia, estão a linguiça, o espetinho, o hamburguer (fishburguer), defumados e a farinha, feita com a espinha do peixe. Todos esses produtos levam a marca de Cida Pescadora, e já possuem certificação sanitária. Alguns deles, como o caldo de peixe, a linguiça e o espetinho, fizeram sucesso no estande montado pela Codevasf na área dedicada à agricultura familiar na Fenagri.

“A Codevasf sempre me deu apoio. Sempre que eu precisei da Codevasf eles nunca fecharam as portas pra mim. Eles já me ajudaram a organizar essa cooperativa de mulheres lá em Sobradinho e o trabalho dela aqui na nossa região é primordial", afirma Cida.

Satisfeita com os resultados da 26ª Fenagri, Cida ainda acredita em outras experiências na área em que atua. Ela já desenvolveu produtos voltados para os setores de supermercados, bares e até para a merenda escolar - o biscoito produzido com farinha de Tilápia em forma de peixe, o que, segundo ela, atrai a atenção das crianças. A receita ela não nega a ninguém, nem faz mistérios: "é só retirar a espinha do peixe, deixar secar ao tempo, por alguns dias, e depois que estiver sequinha, é só moer. Ela é rica em cálcio, fósforo, ferro, proteínas e especialmente ômega 3".

Na Fenagri, o estande de Cida Pescadora foi um dos mais visitados e toda noite o caldo de peixe acabava em menos de uma hora. O professor Kennedy Michel foi um dos visitantes que provaram o caldo. “Dificilmente se encontra um caldo assim, com esta qualidade", diz ele.

Fotografias:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157668865118766

Rádio Codevasf:
https://soundcloud.com/codevasf