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Produtores familiares de leite apoiados pela Codevasf têm dia de campo em áreas rurais de Alagoas

Um dia de campo colocou os produtores familiares de leite do perímetro irrigado do Marituba, que atuam no programa Balde Cheio, em contato com duas diferentes realidades da bovinocultura leiteira em Alagoas: o semiárido e a zona da mata.
publicado: 01/11/2013 12h43, última modificação: 01/11/2022 14h21

Um dia de campo colocou os produtores familiares de leite do perímetro irrigado do Marituba, que atuam no programa Balde Cheio, em contato com duas diferentes realidades da bovinocultura leiteira em Alagoas: o semiárido e a zona da mata.

O perímetro irrigado é mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Penedo (AL) e possui como atividade principal a bovinocultura leiteira, estruturada a partir de convênio que envolve Codevasf, Secretaria de Estado da Agricultura de Alagoas (Seagri/AL), Cooperativa Pindorama e Cooperativa Marituba (Coomarituba) - organização que reúne os agricultores irrigantes do perímetro.

A primeira atividade do dia de campo foi realizada na propriedade do agricultor Marcelo Pereira de Albuquerque, uma unidade demonstrativa do programa Balde Cheio localizada no município de Craíbas, semiárido alagoano. No local, os participantes puderam conhecer a metodologia do Balde Cheio, apresentada pela equipe do programa na Seagri/AL, Sebrae e empresa Fazenda Eficiente.

As atividades foram divididas em três estações: gestão, ordenha e manejo de volumosos. Em cada uma delas, técnicos que atuam no Balde Cheio em Alagoas e os proprietários da unidade demonstrativa orientavam sobre a implantação da metodologia do programa, as técnicas e tecnologias empregadas e sobre os resultados alcançados na propriedade leiteira do casal Marcelo Pereira de Albuquerque e Lela Albuquerque. O casal fez questão de compartilhar a experiência com os visitantes, entre os quais estavam agricultores do perímetro Marituba e produtores de leite de municípios como Monteirópolis e Craíbas.

“Nesse dia de campo, pude ver que conseguimos mudar um pouco o pensamento dos visitantes, que antes pensavam em trabalhar como seus antepassados, como nossos avós. As coisas não são mais como naquele tempo. Hoje temos tecnologia que muda a cada dia, a cada minuto. As palavras certas que compartilhamos com vocês para o sucesso da produção de leite são investimento, planejamento e responsabilidade”, frisou Lela Albuquerque, da propriedade rural leiteira de Craíbas.

Ela e o marido mandaram um recado de motivação para os produtores do Marituba. “Vocês devem acreditar em seu trabalho e na orientação dos técnicos, e o risco de errar vai ser pequeno. Se as pessoas fazem as coisas com coragem e confiança em seu trabalho, a tendência é dar certo. E esse sucesso que temos aqui é o que nos permitiu permanecer no campo, felizes e produzindo com a família”, afirmaram os agricultores, que seguem a metodologia do Balde Cheio desde 2010.

Zona da mata

A segunda atividade do dia de campo foi realizada na propriedade do agricultor familiar Praxedes Francisco da Silva, localizada no povoado Santa Margarida, em lote da Cooperativa Pindorama, no município de Coruripe (AL), zona da mata alagoana.

Segundo o chefe da Unidade Regional de Apoio à Produção da Codevasf em Alagoas, Paulo Pantoja, responsável pela participação dos produtores familiares de leite do Marituba no dia de campo em Craíbas e em Coruripe, a propriedade rural também funciona como uma unidade demonstrativa do programa Balde Cheio e serviu para que os produtores familiares Marituba pudessem comparar as condições de produção no semiárido, na zona da mata e às margens do rio São Francisco em Penedo (AL).

Produtores familiares de leite apoiados pela Codevasf têm Dia de Campo em áreas rurais de Alagoas“A propriedade leiteira apresenta características que poderiam dificultar o pleno desenvolvimento da atividade da bovinocultura leiteira. O lote está instalado em região geográfica e com condições climatológicas similares ao perímetro Marituba, porém apresentando aspectos limitantes, tais como topografia com declividade extremamente acentuada - terra íngreme -, solo arenoso e fonte hídrica relativamente distante. As dificuldades são compensadas pelo comprometimento e empenho do produtor e também pelo rígido atendimento às orientações técnicas recomendadas e, por fim, ao relevante aspecto da gestão empresarial da sua pequena propriedade rural. Assim o produtor tem atingido excelentes resultados na produção de leite, com aumento em sua renda familiar e melhoria da qualidade de vida", destacou Pantoja.

Mônica dos Santos é filha do agricultor irrigante José Paulo dos Santos, assentado no perímetro irrigado do Marituba. Em breve, ela pretende assumir o lote do pai no perímetro e, para isso, participou do dia de campo como forma de buscar modernizar a produção de leite da família.

“Vi muita novidade, como a produção de palma para alimentação do gado em Craíbas, pois é um lugar com pouca água e onde é preciso ter esse alimento para os animais. Mesmos nós, que somos beiradeiros do rio São Francisco, também precisamos de ideias como essa. Como pretendo tomar conta da criação de vacas da família, tenho que me inteirar das novidades. O que mais me chamou a atenção foi a parte de gestão das propriedades leiteiras visitadas, porque para se ter futuro e lucro é preciso ter organização. Quando a gente se organiza, as coisas se multiplicam”, enfatizou.

José Enaldo Oliveira também saiu de Penedo para conhecer as duas realidades de produção de leite em diferentes regiões de Alagoas. Para ele, o dia de campo foi uma oportunidade para aprender mais sobre a atividade. “Agradeço à Codevasf pelo apoio em nos trazer aqui. Hoje, todos nós, do perímetro Marituba, pudemos aprender bastante sobre a produção de leite em Alagoas para levar para nossa região. A ordenha mecanizada pode ser uma alternativa que me permita fazer o trabalho mais rápido e ficar mais tempo com minha família”, comentou.

O chefe da Unidade Regional de Apoio à Produção da Codevasf em Alagoas se mostrou bastante satisfeito com as atividades. “O dia de campo foi muito produtivo, pois conseguiu integrar os produtores de Penedo a novas tecnologias e conhecimentos na atividade leiteira. Nosso objetivo ao trazê-los tanto para o sertão quanto à zona da mata foi de promover um choque de percepção ao mostrar que, em diversas condições, seja com escassez de água ou numa área de topografia irregular, o produtor de leite pode conseguir excelentes resultados na produção. E que os agricultores cooperados da Coomarituba, que possuem melhores condições de produção com oferta de água e pastagem, podem também obter o mesmo sucesso que essas duas experiências visitadas”, explicou Pantoja.

Ele ainda ressaltou que, além da Codevasf, Seagri/AL, Cooperativa Pindorama e Coomarituba, o dia de campo também contou com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura de Penedo, que disponibilizou o transporte para os cooperados da Coomarituba.

No total, vinte e quatro produtores familiares do perímetro irrigado do Marituba participam do programa Balde Cheio, uma metodologia desenvolvida pela Embrapa que visa transferir tecnologias adaptadas para o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares.