Notícias
Técnicos angolanos recebem diploma da Codevasf e esperam impulsionar aquicultura em seu país
Os dez técnicos
angolanos que foram capacitados durante seis meses pela Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)
receberam nesta segunda (28) os diplomas de conclusão do curso de
aquicultura e piscicultura. A solenidade contou com a presença do
presidente da Codevasf, Elmo Vaz, do superintendente regional da
Codevasf em Sergipe, Paulo Viana, e de representantes da Embaixada da
República de Angola e do Instituto de Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e da Aquicultura de Angola (IDPAA).
Ao retornarem
para seu país, os técnicos irão atuar nos dois centros de recursos
pesqueiros recentemente construídos pelo IDPAA, localizados nas
províncias de Malanje e Benguela. O órgão também planeja
construir um terceiro centro pesqueiro na província de Cabinda. As
espécies que deverão ser produzidas inicialmente são a tilápia e
o bagre, com a proposta de unir a agricultura à produção de
peixes. Um dos primeiros desafios dos técnicos será solucionar a
limitação de ração para a criação de peixes.
O
presidente da Codevasf, Elmo Vaz, falou sobre o papel da companhia no
auxílio ao país africano por meio do acordo firmado no ano passado.
“A piscicultura é uma das atividades mais nobres desenvolvidas
pela Codevasf, seja por seu caráter social, ambiental ou científico.
É um orgulho muito grande podermos contribuir com a República de
Angola e podermos ajudar esse país a estruturar sua piscicultura e
aquicultura familiar, desde a reprodução até a comercialização”,
afirmou.
O conselheiro cultural da Embaixada de Angola, José
Carlos Lamartine, parabenizou os profissionais da Codevasf pelo
empenho demonstrado durante a capacitação dos técnicos. “Temos
certeza de que a experiência dessa empresa em sua vasta atuação no
semiárido nordestino foi de fundamental importância para o sucesso
dessa capacitação. Viva a amizade entre Angola e o Brasil”,
declarou Lamartine, que representou o embaixador Nelson Manuel Cosme.
O diretor geral do Instituto de Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e da Aquicultura de Angola (IDPAA), Nkosy Luyeye, ressaltou
a importância da troca de conhecimento entre os dois países. “A
piscicultura em Angola ainda está em fase embrionária, enquanto o
Brasil possui grande experiência na área. Com a formação de
quadros e o início da operação dos centros, penso que haverá um
grande desenvolvimento, e a nossa ideia é poder chegar ao estágio
em que está hoje o Brasil”, declarou.
O técnico Samuel
Vieira, da província de Luanda, considerou positivo o aprendizado ao
longo dos últimos seis meses. “A experiência adquirida no Brasil
foi muito importante para que a gente possa desenvolver essa
atividade em Angola. Costumo dizer que já nos consideramos pequenos
piscicultores. Cumprimos o nosso objetivo, que era a capacitação de
técnicos nessa área”, afirmou Samuel, que agradeceu também o
apoio dado pela Chevron e pela organização Visão Mundial.
O
superintendente regional da Codevasf em Sergipe, Paulo Viana,
ressaltou que “essa foi uma contribuição do governo brasileiro,
por meio da Codevasf, aos nossos irmãos de Angola”. “Esperamos
que vocês, ao retornarem a seu país, possam colocar em prática os
ensinamentos que aqui receberam. Durante o treinamento, buscamos
enfatizar não somente o aspecto técnico, mas também detalhes de
toda a cadeia produtiva, essenciais para o desenvolvimento da
atividade de modo sustentável”, disse Paulo Viana.
Durante
o curso, os angolanos aprenderam técnicas de reprodução artificial
de peixes, alimentação, produção de alevinos e controle da
qualidade da água. “Eles tinham formações diversas, como
economia, informática, serviço social. Mas foi gratificante, ao
final do curso, verificar que cada um contribuiu com o seu talento
para o andamento das atividades”, explicou a chefe do Centro
Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume, Ana Helena
Gomes.
O acordo para treinamento dos técnicos angolanos em
Sergipe foi firmado no dia 17 de julho pelo presidente da Codevasf,
Elmo Vaz, e pelo embaixador da República de Angola no Brasil, Nelson
Manuel Cosme. Na ocasião, o diplomata do país africano ressaltou
que Angola possuía interesse de também firmar, futuramente, novas
parcerias com a Codevasf nas áreas de irrigação e arranjos
produtivos locais (APLs).