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Mais Irrigação em Alagoas: Codevasf investe R$ 137,2 milhões na agricultura familiar

A agricultura familiar irrigada no estado de Alagoas receberá R$ 137,2 milhões do Programa Mais Irrigação para gerar emprego, desenvolvimento e produção de alimentos na região de cinco projetos: Delmiro Gouveia, Pariconha, Boacica, Itiúba e Inhapi.
publicado: 26/12/2012 17h43, última modificação: 06/10/2023 17h11

A agricultura familiar irrigada no estado de Alagoas receberá R$ 137,2 milhões do Programa Mais Irrigação para gerar emprego, desenvolvimento e produção de alimentos na região de cinco projetos: Delmiro Gouveia, Pariconha, Boacica, Itiúba e Inhapi. A totalidade de investimento do governo federal prevista para os 11,6 mil hectares atendidos em Alagoas está a cargo da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

“A Codevasf, com sua experiência e expertise ao longo de 38 anos, se fortalece ainda mais com o lançamento do Mais Irrigação. Nós poderemos alavancar, modernizar e implementar diversos projetos de irrigação. Com isso, poderemos aumentar muito a produtividade desses perímetros e, de alguma forma, contribuir para reduzir a desigualdade do país”, destaca o presidente da Companhia, Elmo Vaz.

Lançado pela presidenta Dilma Rousseff em novembro de 2012, o Mais Irrigação é coordenado pelo Ministério da Integração Nacional (MI). O programa investirá R$ 49,7 milhões nos perímetros públicos de irrigação do Projeto Boacica, em Igreja Nova, e do Projeto Itiúba, em Porto Real do Colégio – ambos mantidos pela Codevasf. O investimento objetiva fortalecer a produção de alimentos de agricultores familiares e pequenos irrigantes.

Localizado às margens do rio São Francisco no município alagoano de Igreja Nova, o perímetro público de Irrigação do Boacica foi implantado pela Codevasf no início da década de 1980 com foco na agricultura familiar, em especial na cultura do arroz.

Atualmente, os 770 lotes de irrigantes do perímetro do Boacica ocupam uma área de 3,3 mil hectares e cultivam arroz e cana e atuam com piscicultura familiar. O perímetro proporciona a geração de trabalho e renda para cerca de 3.200 pessoas. A produtividade média da safra de arroz, que ocorre uma única vez ao ano, é de 6,50 toneladas/ha. Com o Mais Irrigação, os irrigantes do Boacica deverão ser beneficiados com investimentos de R$ 35,4 milhões.

“Esses recursos vêm em uma boa hora. O Boacica já tem mais de 30 anos, e acreditamos que com o Mais Irrigação possamos resolver a maior parte de nossos problemas, dando melhores condições de produção e de vida aos irrigantes. Será uma salvação para as famílias que tiram daqui sua sobrevivência. Creio que o Mais Irrigação irá garantir que os agricultores familiares continuem a levar comida para a mesa dos brasileiros”, afirma o agricultor de Boacica, Betinho Moura.


Otimismo entre rizicultores


Há quase 20 anos no perímetro, Betinho Moura fundou junto com outros irrigantes, há aproximadamente sete anos, a Cooperativa Beneficiadora de Arroz do Povoado Ipiranga (Coobapi), localizada na zona rural de Igreja Nova. Ele vê com bastante otimismo os investimentos do Mais Irrigação e enxerga a melhoria nas condições de vida e trabalho do agricultor familiar como o principal resultado do programa.

Cerca de 200 famílias de agricultores familiares do perímetro irrigado do Itiúba, mantido pela Codevasf no município alagoano de Porto Real do Colégio, também serão beneficiadas pelo Mais Irrigação. Com uma área de 894 hectares, o investimento do governo federal previsto para o perímetro é de R$ 14,3 milhões.

Além da rizicultura, os irrigantes do Itiúba cultivam cana e atuam em piscicultura familiar. A produção de arroz no Perímetro do Itiúba ocorre em duas safras anuais que somam 7.569 toneladas, com uma produtividade média de 5,0 toneladas/ha.

No município de Inhapi, localizado no sertão alagoano, o Mais Irrigação investirá R$ 1,5 milhão para estudos e projetos de irrigação numa área de 4,3 mil hectares. Os trabalhos trarão melhores perspectivas de emprego e renda para a população sertaneja.

Ainda no sertão alagoano, em uma área de 3,1 mil hectares ao longo do Canal do Sertão, o Mais Irrigação financiará a implantação de dois novos perímetros públicos de irrigação com foco na agricultura familiar e em pequenos irrigantes – um em Delmiro Gouveia e outro no município de Pariconha. O programa prevê investimento de R$ 86 milhões nesses dois projetos, que estão em fase de licitação.


Canal do Sertão


O Canal do Sertão é a maior obra hídrica do governo federal em Alagoas, que deve levar água do rio São Francisco para municípios do semiárido alagoano. Os projetos de irrigação que serão implantados pela Codevasf ao longo do Canal do Sertão integram as ações para aproveitamento desses recurso hídrico, promovendo o desenvolvimento dessa região.

“O investimento em irrigação garantido pelo governo federal torna a agricultura familiar viável, especialmente em regiões onde as condições naturais são adversas, como é o caso do semiárido alagoano”, diz o secretário de estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, José Marinho Júnior.

“Desse modo, podemos aproveitar a maior área possível para a produção de alimento, a geração de ocupação e renda e, com isso, a melhoria da vida das famílias”, aposta. “Por outro lado, a parceria entre governos estadual, federal e municipal garante a compra dessa produção, por meio dos programas oficiais, fechando o ciclo da cadeia produtiva. Investir em irrigação é investir na qualidade de vida das pessoas, no desenvolvimento do campo e no desenvolvimento de Alagoas”, acrescenta o secretário.

Para o superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Luiz Alberto Moreira, a escolha da Codevasf como executora de todos os projetos do Mais Irrigação no estado comprovam a confiança depositada no trabalho da Companhia.

“A história da Codevasf está estreitamente relacionada com a agricultura irrigada. Temos know how e colocaremos todo esse conhecimento e experiência para avançar a agricultura irrigada em Alagoas. Pretendemos utilizar de forma racional as águas do Canal do Sertão para erguer os perímetros de Delmiro e Pariconha, mostrando que com tecnologia e recursos suficientes podemos tornar o semiárido brasileiro uma grande área produtora de alimentos”, afirma o superintendente.