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Codevasf busca meios de introduzir a produção de camarão em Petrolina

Seguindo sua função de estimular o crescimento da região, a Codevasf começa a dar os primeiros passos em mais um empreendimento que pode se tornar uma alternativa aos produtores locais. Trata-se da carcinicultura, técnica de criação de camarões em viveiros.
publicado: 31/05/2012 15h45, última modificação: 06/10/2023 17h10

Seguindo sua função de estimular o crescimento da região, a Codevasf começa a dar os primeiros passos em mais um empreendimento que pode se tornar uma alternativa aos produtores locais. Trata-se da carcinicultura, técnica de criação de camarões em viveiros.

A Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), através de seu presidente Itamar de Paiva Rocha, em contato com a Codevasf, demonstrou interesse em iniciar pesquisas e descobrir se há viabilidade de produzir camarão em água doce na região do Vale do São Francisco. A Companhia atendeu prontamente, disponibilizando o Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro para que fosse feito um experimento com larvas de camarão nas águas do rio Velho Chico. Os resultados já são animadores.

O responsável pela pesquisa, Eduardo Godoy, se mostra satisfeito com o que tem visto. “Nós trouxemos larvas de camarão do Ceará e do Rio Grande do Norte, as colocamos em água doce, do rio São Francisco mesmo, e as aclimatamos. Depois foi só acompanhar durante doze dias. Os resultados foram muito bons, e essa era a fase mais preocupante. Praticamente não tivemos problemas com desenvolvimento ou mortalidade. Agora vamos passar a fase de engorda”, informou Godoy.

Ainda segundo Godoy, são inúmeros os dados que fazem com que Petrolina interesse no processo de produção de camarões. A qualidade da água, a presença de aeroporto e a experiência que se tem na produção de tilápia, espécie que se cria em sucesso com o camarão, são algumas delas. “Aqui temos mão de obra, tem a cadeia de frutas que nos proporciona uma estrutura já pronta. A presença de empresas como a Codevasf faz bastante diferença. Além disso, a especulação imobiliária no litoral é mais forte. Sem contar que aqui poderíamos ter um controle bem maior das doenças”, afirmou.

Eduardo Godoy acredita que essa é uma grande chance do vale engrenar em uma prática que vem crescendo muito. “A espécie que estamos trazendo para a região é o Litopaeneus vannamei. Ela é a que possui as melhores condições características zootécnicas para o cultivo. E em relação ao cultivo em áreas interioranas, é algo que tem crescido. Há poucas áreas litorâneas disponíveis para essa prática. Dependendo da qualidade da administração, é possível ter até 60, 70% de lucro”, conta.

Quando se fala em geração de emprego direto, os números da criação de camarão também são interessantes. Segundo Godoy, enquanto a plantação de coco gera 0,16 empregos por hectare, e a cana-de-açúcar 0,35, o cultivo de camarão gera 1,89.

O Brasil por suas condições naturais tem um enorme potencial para a produção de camarão. Além disso, o país tem consumido cada vez mais esse crustáceo. Em 2003, 22% do camarão produzido no país ficava no mercado interno; em 2010, esse número aumentou para 97,8%, o que contabiliza cerca de 75 mil toneladas.