Produção de alevinos em centro da Codevasf deve crescer 30% este ano

A produção de alevinos na região do Submédio São Francisco poderá alcançar em 2014 as seis milhões de unidades, um aumento de 30% em comparação com o ano passado. A estimativa é do Centro Integrado de Aquicultura e Pesca de Bebedouro, ligado à 3ª Superintendência Regional da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) em Petrolina, no sertão pernambucano.

A produção é basicamente de peixes nativos, para o repovoamento do rio São Francisco – com espécies como pacamã, piau e curimatã –, e para o apoio a projetos de piscicultura voltados para o complemento de renda de famílias do sertão; neste caso, destaca-se a produção das espécies exóticas tilápia e tambaqui.

A Codevasf, por meio do Centro Integrado, promove a entrega dos alevinos para apoiar as iniciativas, além de prestar assistência técnica aos produtores. Comunidades do interior de Petrolina, Belém do São Francisco e Cabrobó, numa experiência com famílias indígenas da tribo Truká, são exemplos do apoio do Centro para o desenvolvimento e o incremento da piscicultura do estado e de municípios vinculados à 2ª, à 6ª e à 7ª superintendências regionais do órgão federal.

São contabilizados quatro milhões de alevinos produzidos e que tiveram como destino o programa de repovoamento do Velho Chico e o de entrega dos peixes. “A demanda existe durante todo o ano”, frisa o engenheiro de pesca e chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro, Rozzano Figueiredo.

Tecnologia e infraestrutura

Dotado de tecnologia e de infraestrutura que permitem atender à grande demanda por peixes na região, o Centro Integrado de Bebedouro conta com estrutura para o desenvolvimento da atividade.

São 23 hectares de área ocupada, com mais de 50 viveiros construídos, estação de tratamento de água, laboratórios para a produção de larvas, outro onde estão sendo feitos testes para a produção comercial de camarão na região, além de um laboratório especifico para apoio a pesquisadores de cursos de mestrado e doutorado de universidades, os quais têm procurado com frequência o Centro.

O Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro possui aproximadamente 13 hectares de espelho d’água, onde estão implantados os viveiros com as espécies que passam a existir por meio do trabalho de produção das espécies. “Estamos num momento de maior reprodução. É a época da piracema e é um período de grande produção”, destaca Rozzano Figueiredo.

O trabalho do Centro também consiste em realizar monitoramentos limnológicos, que são estudos de qualidade da água do rio, e ictiológicos, que determinam a diversidade e quantidade das espécies de peixes nativos e exóticas que a região possui.

Feira do Peixe Vivo

De acordo com Paulo Vanderlei Gomes, presidente da Associação dos Piscicultores do Ibó, distrito de Belém do São Francisco, a aquicultura hoje beneficia 12 famílias de sua comunidade. A média de produção do grupo prevista para 2014 é alcançar 8 toneladas. O grupo conta com 50 tanques rede para a produção dos peixes da espécie tilápia.

“Ainda estamos numa fase experimental, mas temos alcançado vitórias e tido o retorno esperado na atividade. A Codevasf tem sido de grande importância para o nosso sucesso”, ressalta o produtor. Outro exemplo do bem sucedido trabalho do CIB para o incremento da piscicultura no sertão pernambucano é a produção da comunidade indígena Truká, na Ilha da Assunção, em Cabrobó, distante cerca de 200 km de Petrolina.

“Temos conquistas desde que conseguimos os alevinos junto à Codevasf. O trabalho de acompanhamento e orientação é constante dos técnicos do órgão, por isso temos crescido em nossa atividade”, avalia o líder do grupo, Edilson da Anunciação Ribeiro.

O trabalho na ilha começou em 2005 com a entrega de quatro mil alevinos vindos do Centro Integrado de Bebedouro. Hoje já são mais de 50 mil alevinos que o grupo recebe da Codevasf para o desenvolvimento da atividade que tem incrementado o orçamento das famílias envolvidas no projeto.

A atividade fez surgir entre outros resultados positivos a Feira do Peixe Vivo, evento que passou a fazer parte do calendário oficial de eventos de Cabrobó há cinco anos; a sexta edição da feira já está garantida pela Prefeitura local. O evento acontece sempre no período da Semana Santa.

“Temos aumentado nossa produção. A meta para este ano é produzir 15 toneladas de peixes das espécies tilápia e tambaqui. A partir do ano que vem receberemos da Codevasf novos tanques o que possibilitará expandir a piscicultura em nossa comunidade”, afirma Edilson. O Centro Integrado de Bebedouro apoia 290 associações em 15 municípios dos estados de Pernambuco, Bahia e Piauí.

Veja fotografias no perfil da Codevasf no Flickr:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157646700684263/