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Barreiros concluídos pela Codevasf no sertão de Pernambuco asseguram água para rebanhos em 36 municípios

Cerca de 3,6 milhões de metros cúbicos de água é a capacidade de armazenamento de água destinada à dessedentação animal nos 202 barreiros (também chamados de pequenas barragens) construídos pela Codevasf, até o momento, no semiárido de Pernambuco.
publicado: 26/12/2013 12h16, última modificação: 01/11/2022 14h22

Cerca de 3,6 milhões de metros cúbicos de água é a capacidade de armazenamento de água destinada à dessedentação animal nos 202 barreiros (também chamados de pequenas barragens) construídos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), até o momento, no semiárido de Pernambuco.

Distribuídos por 36 municípios, os barreiros beneficiam cerca de 12 mil pessoas do sertão pernambucano, preservando suas criações animais durante a estiagem, e são um investimento de mais de R$ 12 milhões do programa Água para Todos, coordenado pelo Ministério da Integração Nacional e executado pela Codevasf em sua área de atuação. Os barreiros acumularão água no período chuvoso, que já começou no interior de Pernambuco.

De acordo com o engenheiro civil da 3ª superintendência regional da Codevasf, Elijalma Augusto, com as chuvas de dezembro os barreiros já começam a modificar a vida no sertão pernambucano.

“Estivemos em diversos município do semiárido do estado. Vimos que barreiros de Ouricuri, Lagoa Grande, Exu, Petrolina, entre outros, já estão com um volume de água acumulado das chuvas de dezembro. Isso mostra a importância desta ação. Graças aos barreiros, centenas de famílias terão água garantida para seu rebanhos nos próximos meses, ou até anos. Sem estas estruturas, a maior parte da água da chuva teria sido perdida”, afirma.

O principal objetivo do barreiro é a dessedentação animal. Nos últimos dois anos, grande parte do rebanho pernambucano morreu ou foi vendido. Victorino Bonifácio de Souza, morador da zona rural de Petrolina, lembra que perdeu parte de seus animais devido à fome, pois a seca impossibilitava o cultivo de pastagem. Hoje, com a construção do barreiro, ele não teme que isso se repita.

“Ano passado eu perdi oito cabritos por falta de alimento. Não tinha água. Hoje eles têm água pra beber e eu vou plantar sorgo, capim, milho e vou ter ração pra dar pro animais. Vai se tornar um bode bom, uma cabra boa”, comemora.

Topografia e solo

Cada barreiro armazena entre cinco e 35 milhões de litros de água e atende, em média, a 20 famílias de produtores rurais. O tamanho exato do reservatório varia de acordo com as características de topografia e solo de cada localidade. “O desenho de barreiros ou pequenas barragens é semelhante ao de barragens convencionais, mas com dimensões menores. O modo de compactação do solo para que a água fique retida e não se disperse também é mais simples”, afirma Leonardo Cruz, da Codevasf em Pernambuco.

Os reservatórios são projetados para ter um significativo excedente de água, já que grande parte dasreservas é consumida naturalmente pelo processo de evaporação. No planejamento das instalações, a Codevasf busca beneficiar um número mínimo de cinco famílias que vivam a um raio de até dez quilômetros de onde será implantado o reservatório. O público prioritário dos barreiros é composto por famílias que têm renda per capita mensal de até R$ 140. A identificação dos potenciais beneficiários é feita individualmente, em visita às residências.

De acordo com Leonardo Cruz, a pulverização de pequenas barragens em regiões de seca geralmente tem vantagens comparativas em relação à construção de grandes barragens para o atendimento de populações rurais. “Grandes reservatórios requerem investimentos maiores e não atendem adequadamente a comunidades dispersas devido à concentração da água em um único ponto. A instalação de diversas barragens de pequenas proporções é mais econômica e encurta a distância entre a água e os beneficiários”, diz.

“A região semiárida tem indicadores de pobreza altos, e portanto as pessoas têm poucas posses e rebanhos pequenos, sobretudo de caprinos e ovinos, que são animais de médio porte. Esses animais são fonte de alimento, então a água é muito importante para as famílias”, acrescenta.

Processo de instalação

O primeiro passo dado pela Codevasf antes da instalação dos barreiros consiste na realização de visitas técnicas às comunidades, para seleção das melhores áreas para a realização das obras. A identificação espacial dos locais é feita por fotografias e GPS. Em seguida, profissionais de assistência social iniciam um trabalho de interlocução com as comunidades.

Uma das condicionantes à construção do barreiro é que o proprietário da terra onde ele será instalado assine o termo de servidão pública que garantirá acesso ao reservatório aos animais de famílias que vivem nas proximidades. “Este documento assegura que, apesar de o equipamento estar sendo implantado em área privada, o benefício será coletivo. Então os locais têm corredores de acesso, ou cercas transponíveis, ou simplesmente não têm cercas”, explica Leonardo Cruz.

Em reuniões públicas, a Codevasf informa as comunidades sobre a finalidade dos barreiros e sobre seu caráter público. Durante o processo de implantação desses reservatórios, a população também é informada de que é um compromisso comum manter aquele patrimônio em boas condições. O principal cuidado de manutenção indicado pela Companhia consiste em evitar que árvores de raízes longas e que formigas, cupins, tatus e outros animais que revolvem o solo prosperem nas proximidades do reservatório.

Ouça a notícia na Rádio Codevasf:

http://www.codevasf.gov.br/principal/promocao-e-divulgacao/central-de-radio/materias-e-entrevistas-2013/44-codevasf-entrega-202-barreiros-no-sertao-pernambucano.mp3