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A Tarde: chineses vão comprar laranjas

Em meados de novembro, quando o presidente da China, Hu Jintao, visitar Brasília, provavelmente será anunciada pelo governo chinês a liberação das importações de frutas cítricas do Brasil.
publicado: 06/10/2004 15h35, última modificação: 01/11/2022 14h00

DA REDAÇÃO

Em meados de novembro, quando o presidente da China, Hu Jintao, visitar Brasília, provavelmente será anunciada pelo governo chinês a liberação das importações de frutas cítricas do Brasil. Foi o que anunciaram autoridades do Ministério da Agricultura e Quarentena da China, no começo da semana passada, abrindo perspectivas para a entrada da fruticultura brasileira no mercado chinês.

Durante a estada do presidente Hu Jintao ao Brasil, os dois governos assinarão um protocolo ratificando a abertura do comércio bilateral da fruticultura, informou Gilson Cosenza, assessor para Assuntos Internacionais do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal (DDIV) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Para obter autorização às exportações de citros, o Brasil permitirá as importações de duas frutas produzidas na China - lichia e longan. A contrapartida consta do acordo acertado entre os dois países no ano passado. “Toda vez que formos exportar uma fruta para aquele País, teremos que abrir nosso mercado a um produto da fruticultura chinesa”, diz Cosenza.

Os produtores brasileiros ainda não dimensionaram o potencial da China – maior pólo mundial da fruticultura - para importação de citros. Apesar disso, a iminente abertura do mercado chinês é comemorada no Brasil. “A decisão pode favorecer a liberação das exportações brasileiras de frutas para outros países asiáticos”, destaca Cosenza.

O gerente da Central de Serviço de Exportação do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Maurício de Sá Ferraz, explica que os exportadores brasileiros devem agora buscar informações sobre as preferências de consumo dos chineses. “Temos que saber quais as variedades de citros que eles gostam e quais as características que mais apreciam”.

 Os citros estão entre os principais itens da pauta brasileira de exportação de frutas. Neste ano, segundo Ferraz, as vendas externas do setor devem crescer 15% em valor e volume. O faturamento previsto é de US$ 44,2 milhões, contra US$ 36,8 milhões de 2003. Os embarques devem chegar a 138 mil toneladas, contra 120,8 mil toneladas do período anterior.

A laranja é o destaque nas exportações brasileiras de citros. De acordo com Ferraz, as vendas externas do produto aumentaram 50% de janeiro a agosto, em comparação com igual período de 2003, com faturamento de US$ 9,6 milhões, contra US$ 6,3 milhões.

Em volume, o crescimento foi de 23%, passando de 31 mil para 38,2 mil toneladas. É fruta de maior produção no Brasil, com uma área de 831 mil hectares e chegando a uma produção a 18,53 milhões de toneladas em 2002, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Depois da laranja, a maior produção brasileira é de banana: 6,42 milhões de toneladas em 2002, cultivadas em 514,6 mil hectares.

MANGAS BAIANAS – Antes de a laranja brasileira chegar à China, uma outra fruta deverá atingir os mercados do Oriente, entrando pelo Japão. Será a manga, que entrou na pauta de exportação graças a um decreto assinado, na semana passada, pelo governo japonês, que permite a compra, inicialmente, de 5.200 toneladas por ano, segundo informações do governo brasileiro.

Serão exportadas mangas da variedade Tommy Atkins, produzidas principalmente no Pólo Irrigado de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), em Livramento, no sudoeste da Bahia, e em São Paulo. O Brasil produz 820 mil toneladas de mangas por ano, sendo cerca de 90% são da variedade que será vendida ao Japão. Em 2003, o Brasil exportou 133 mil toneladas da fruta para Estados Unidos e União Européia, gerando US$ 71 milhões em divisas.

As mangas destinadas ao mercado japonês devem ser comercializadas a US$ 2 mil por tonelada. Nessa primeira etapa, as exportações para o Japão devem render anualmente cerca de US$ 10,4 milhões ao País.