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PRIMEIRA SAFRA DE UVA EM MARRECAS VAI SER COLHIDA EM 2005

publicado: 20/07/2004 18h00, última modificação: 01/11/2022 14h01

 

Assentamento Marrecas (PI). Dez toneladas de uva serão colhidas em novembro de 2005, nos primeiros dois hectares do plantio, iniciado nesta terça-feira (20), no assentamento Marrecas, município de São João do Piauí (a 486 km de Teresina). O governador do Piauí, Wellington Dias (PT) e o presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, Luiz Carlos Everton de Farias "inauguraram" o parreiral, plantando as primeiras videiras. A produção de uva faz parte da expansão da fruticultura e horticultura, que estão implantados em 20 hectares do Projeto piloto da Codevasf e que beneficia 60 famílias do assentamento. No orçamento do próximo ano, a Codevasf vai aplicar mais R$ 750 mil no Projeto, garantindo a irrigação de 50 ha.

A agricultura irrigada no assentamento Marrecas utiliza água do poço subterrâneo Capim Grosso, que jorrava há 20 anos, sem que a população tivesse qualquer benefício. Com o controle do poço - cuja vazão era de 120 m³ por hora - foi possível implantar a rede elétrica no assentamento. Um dos beneficiados com a chegada da luz elétrica foi o produtor José Luiz do Nascimento, o Zé Bertim. Aos 52 anos de idade (12 dos quais no assentamento), ele estava emocionado. "É a primeira vez que tem luz numa casa minha", diz. Para marcar a chegada da energia, até um notebook (computador portátil) foi instalado na residência da família.

A água do poço jorrante abastece as casas, através de 3600 m de adutora, também inaugurada hoje. Uma lavanderia pública, um balneário e um chafariz para os animais foram feitos utilizando a água do poço. Principal ação da Codevasf, a agricultura irrigada está gerando emprego e renda para a população. O produtor José dos Santos Ribeiro, o Zé Paraíba, tornou-se um exemplo para os demais assentados. Ele e os cinco filhos possuem dois hectares onde plantam batata-doce e abóbora. Por safra, em cada lote, chegam a apurar R$ 3 mil com a venda do produto na feira da cidade de São João (a 16 km do assentamento). Com o dinheiro da venda da abóbora, a família de Paraíba trocou o meio de transporte. Da bicicleta para o carro - uma pampa de segunda mão, que comprou com o lucro da colheita. "E agora vamos comprar um carro maior para não precisar fazer tantas viagens", diz Domingos, o irmão encarregado de fazer o transporte dos produtos. Foram tantas mudanças em 18 meses de trabalho que Paraíba ainda custa a acreditar: "eu sonhava que isso pudesse acontecer. Mas não acreditava", confessa. A exemplo das outras famílias, Paraíba plantava feijão e milho e dependia da chuva, que é escassa nessa região de semi-árido. Era impossível prever que o resultado da colheita daria, ao menos, para a sobrevivência da família, que agora faz planos para o futuro. Segundo o presidente da Associação de Produtores de Marrecas, Arlindo Gregório, com a ampliação da fruticultura, a perspectiva é de uma renda mensal de dois salários mínimos por produtor.

O Projeto piloto de Marrecas vai fortalecer a fruticultura irrigada, garantindo, além de uva, o plantio de manga, goiaba, figo e atemóia (uma variedade de fruta desenvolvida pela Embrapa). "É um Projeto de referência nacional" acredita o governador do Piauí. "Aqui temos a prova de que a irrigação é a alternativa para o desenvolvimento do semi-árido", conclui.

Assessoria de Comunicação da CODEVASF
Jornalista responsável: Cinthia Lages (61) 9658 7460